Complexo Beira Rio (CBR)

O Complexo Beira Rio é formado por oito comunidades beneficiadas por uma série de iniciativas nos âmbitos urbano, social e ambiental em João Pessoa. Esse empreendimento inclui o financiamento de Conjuntos Habitacionais Integrais destinados a famílias em situação de vulnerabilidade, bem como a melhoria do habitat em áreas de ocupação irregular, por meio do implementação do Plano de Desenvolvimento Comunitário (PDC). Além disso, o complexo envolve a execução de Projetos e Obras de Infraestrutura e a criação de um Parque Linear que contribuirá para a qualidade de vida dos residentes da região.

Outra faceta importante do Programa João Pessoa Sustentável que envolve o Complexo Beira Rio é a realização de Projetos e Obras voltados para a construção de Conjuntos Habitacionais, proporcionando moradias dignas e acessíveis para a população. Além disso, há o processo de Regularização Fundiária para as comunidades que compõem essa região.

Essas iniciativas refletem o compromisso de João Pessoa com a promoção da sustentabilidade urbana, social e ambiental do município.


Conjuntos Habitacionais

O Programa João Pessoa Sustentável prevê a construção de três conjuntos habitacionais na Avenida Beira Rio, próximos às comunidades para que nenhuma delas perca o vínculo com o território, mas possa morar em habitações dignas, seguras e sustentáveis. Como processo de revisão dos estudos e a pedido das comunidades, verificou-se a possibilidade de construção da Vila Santa Clara em dois terrenos cedidos pela Companhia Estadual de Habitação Popular (CEHAP). Com isso, serão 791 apartamentos de desenhos diferentes para atender às necessidades de cada família.

Em se tratando dos três Conjuntos Habitacionais localizados na Avenida Beira Rio, o total de apartamentos será de 747 apartamentos de 1, 2, e 3 quartos, espaços para atividade econômica e equipamentos públicos e comunitários.

Inovação e Inclusão

Aproveitamento da iluminação natural e ventilação cruzada, com todos os apartamentos voltados para nascente. Os conjuntos habitacionais do Complexo Beira Rio, exclusivos para os moradores de áreas de risco das oito comunidades do território, foram pensados para levar conforto, segurança e economia aos moradores, permitindo redução de 20% nos custos de aguá e energia.

As habitações de interesse social trazem um modelo sustentável e inovador. Além da poupança de recursos, a proposta inclui redução dos impactos ambientais e preservação do meio ambiente. Os projetos contam ainda com espaços para atividades econômicas com banheiro, áreas de convivência entre os blocos. equipamentos públicos e comunitários, como Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI), Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência da Cidadania (CRC), Centro de Referência da Juventude (CRJ), Cozinha Comunitária, auditório, Centro Comunitário e galpão de catadores.

Outra inovação é a arquitetura de gênero ou inclusiva, com moradias pensadas “de acordo com as necessidades e o bem-estar das pessoas que nelas viverão” (BID). E essa é a premissa que orienta o Programa João Pessoa Sustentável!

Conheça melhor o projeto

Foram elaboradas estratégias arquitetônicas distintas, que levam em conta uma série de fatores como segurança, funcionalidade, sustentabilidade ambiental e financeira, e uso misto.

Segurança – A estratégia de segurança e inclusão nos espaços habitacionais se baseia no conceito de “os olhos da rua” de Jane Jacobs. Os edifícios são projetados de forma que os moradores possam ver e serem vistos nos espaços comuns, com fachadas permeáveis e iluminação adequada. Essa abordagem contribui para criar ambientes naturalmente mais seguros nos conjuntos habitacionais.

Disposição dos blocos e áreas comuns e fachadas permeáveis (fonte: Prefeitura de João Pessoa)

Funcionalidade

Diversidade das tipologias: o projeto dos apartamentos oferece três tipos diferentes de plantas, com variação na quantidade de cômodos, incluindo opções de um, dois ou três quartos. Essa diversidade visa atender às diversas necessidades das famílias realocadas, proporcionando configurações de moradia adequadas.

Modularidade: visando atender às necessidades diárias das famílias, os apartamentos são projetados com plantas modulares e flexíveis, permitindo a adaptação das funções dos cômodos conforme necessário, sem comprometer o caráter residencial da moradia. Uma das vantagens dessa abordagem é a possibilidade de criar espaços de trabalho dentro dos apartamentos, como demonstrado nas diversas plantas a seguir:

Plantas – Apartamento com 1 dormitório

Área Privativa de 32,15m², 01 Dormitório, 01 Banheiro, Cozinha e Serviço integrados, Salas de Jantar e Estar Integradas. Todas as unidades são adaptadas, sendo as do térreo adequadas para cadeirantes. Além do banheiro, os demais ambientes e circulações foram ajustados para atender às dimensões mínimas exigidas pela NBR 9050.

Plantas – Apartamento com 2 dormitórios

Área Privativa de 48,22m², 02 Dormitórios, 01 Banheiro, Cozinha e Serviço integrados, Salas de Jantar e Estar Integradas. Além do banheiro, os demais ambientes e circulações foram ajustados para atender às dimensões mínimas exigidas pela NBR 9050.

Plantas – Apartamentos com 3 dormitórios

Área Privativa de 59,99m², 03 Dormitórios, 01 Banheiro, Cozinha e Serviço integrados, Salas de Jantar e Estar Integradas. Além do banheiro, os demais ambientes e circulações foram ajustados para atender as dimensões mínimas exigidas pela NBR 9050.

Uso misto – O projeto inclui edifícios adicionais nos conjuntos habitacionais, com espaços educacionais, de saúde, culturais e comerciais. Essa abordagem visa melhorar a vida do bairro, aumentar a segurança e reduzir a necessidade de deslocamento dos moradores para as tarefas diárias. No Complexo Beira Rio, estão previstos edifícios para creche, cooperativa de catadores, ONG CEIFA, Centro de Referência da Juventude, CRAS, CRC e cozinha comunitária, além de espaços de convívio social.

Imagens do projeto: (1) creche, (2) cooperativa dos catadores, ONG CEIFA, (3) centro de referência da juventude e (4) equipamentos sociais (CRAS, CRC, cozinha comunitária) (fonte: Prefeitura de João Pessoa)

Sustentabilidade – O projeto aborda a sustentabilidade ambiental e econômica, uma preocupação comum na habitação de interesse social no Brasil. Considerando que as famílias reassentadas virão de áreas de risco, é importante garantir que não sejam sobrecarregadas com novos encargos financeiros. Duas abordagens foram desenvolvidas nesse sentido: redução dos custos de energia e água por meio de técnicas de construção verde; e inclusão de espaços comerciais cujos aluguéis ajudarão a cobrir as despesas de manutenção dos condomínios.

Ambiental: o projeto usa o conceito de arquitetura bioclimática, que inclui correta orientação do edifício em relação ao sol e aos ventos predominantes, planejamento e posicionamento das fachadas e ambientes de acordo com o clima de João Pessoa, além de utilização de espaços abertos e semiabertos, e aberturas de fachadas para promover a ventilação cruzada no interior do edifício. Além disso, as fachadas próximas aos corredores foram projetadas com o uso de cobogó, um material local que permite a ventilação e iluminação natural. As condições de sustentabilidade ambiental e redução de recursos foram avaliadas pelo sistema EDGE, que certifica edifícios que reduzem o consumo de energia, água e energia incorporada nos materiais de construção em 20% ou mais. Verificou-se que o projeto obteve uma economia significativa: 66,9% de energia, 25,8% de água e 38,7% de energia incorporada nos materiais de construção em comparação com uma construção convencional.

Financeira: o projeto contempla áreas comerciais nos espaços térreos dos edifícios, além de um edifício comercial exclusivo às margens da Avenida Beira Rio, que serão disponibilizados para locação. Essa iniciativa tem como objetivo utilizar a receita do aluguel para reduzir os custos condominiais, ao mesmo tempo em que oferece serviços mais próximos aos moradores. Além disso, essa oportunidade permite que os próprios residentes trabalhem em locais próximos às suas casas.

Preparação dos terrenos

Veja como estão os terrenos! A fase de preparação já começou. Acompanhe:

  • Terreno 1
    • Localizado na Rua Alfredo Hein, nas imediações da Avenida Min. José Américo de Almeida, na cidade de João Pessoa. Acesso fácil a transporte público e próximo de escolas e outros equipamentos públicos.
    • O lote possui 3.822,00m² e vai receber três blocos habitacionais com sete pavimentos. O empreendimento ainda contará com três áreas comerciais livres, 25 vagas de veículos e áreas de lazer.

  • Terreno 2
    • Localizado na Avenida Min. José Américo de Almeida, na cidade de João Pessoa. Acesso fácil a transporte público e próximo a escolas e outros equipamentos públicos. O lote possui 26.883,66,00m² e vai comportar 10 blocos habitacionais com 5 ou 6 pavimentos.
    • O Conjunto Habitacional construído neste terreno terá sete áreas comerciais livres, 81 vagas de veículos e áreas de lazer. Os moradores contarão com equipamentos públicos de uso comunitário como Creche, CRAS (Assistência Social), Auditório, CEIFA (Centro Comunitário) além de um espaço destinado a futura cooperativa de catadores.

  • Terreno 3
    • Localizado na Avenida Min. José Américo de Almeida, na cidade de João Pessoa. Acesso fácil a transporte público e próximo a escolas e outros equipamentos públicos.
    • O lote é de lote de 30.108,00m² onde serão construídos 14 blocos habitacionais com 5 e 6 pavimentos. O empreendimento ainda é composto por seis áreas comerciais livres, 77 vagas de veículos e áreas de lazer.

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  • Vídeos
    • Visita aos terrenos

Urbanização das comunidades

Consiste em um pacote de intervenções que inclui serviços de urbanização como pavimentação, água encanada, drenagem, esgotamento sanitário, iluminação pública, acessibilidade e contenção de barreiras. Serão beneficiadas todas as comunidades do Complexo Beira Rio.

O projeto urbanístico tem como objetivos:

a) Promover a recuperação da área da várzea do rio Jaguaribe por meio da implantação de um parque linear com a utilização racional do uso do solo às suas margens;

b) Melhorar a acessibilidade por meio da integração urbanística da malha urbana;

c) Promover a localização de bolsões de urbanização adensados ao longo do rio nos locais com melhor geotecnia e salvos de possíveis inundações;

d) Reassentar população e atividades econômicas instaladas em áreas de risco e/ou em territórios requeridos para implantação de obras. O tema deverá seguir as diretrizes do Plano Diretor de Reassentamento e Relocalização de População (PDRR), o qual foi elaborado segundo diretrizes do BID, expressos na OP 710;

e) Produzir elementos espaciais reconhecidamente urbanos, como áreas de lazer, praças e equipamentos públicos, a reabilitação de infraestrutura física e a indicação de alternativas de locação para os equipamentos públicos;

f) Promover a regularização fundiária;

g) Elaboração de relatórios para licenciamento ambiental que se fizerem necessários.

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  1. Vídeos

Parque Linear

O Parque Linear terá a função de proteger as margens do rio Jaguaribe, no entorno das comunidades, e evitar novas ocupações irregulares. Será uma grande área verde de 2,5km de extensão capaz de dar vazão à água do rio e, com isso, evitar alagamentos.

Veja vídeos:

Parque Linear 2


Plano de Desenvolvimento Comunitário

O Plano de Desenvolvimento Comunitário (PDC) do CBR visa o acompanhamento das ações de
transformações sócio urbanísticas, ambientais e econômicas do território, com foco nas atividades
de reassentamento das famílias, atualmente em situação de risco, mas também na melhoria geral
do bem-estar de toda a população das oito comunidades. As iniciativas pretendem alcançar
mudanças estruturais nas comunidades onde ocorrerão as intervenções urbanísticas, não apenas
em termos de obras físicas, mas principalmente alinhando o trabalho técnico social e suas ações
para a transformação dos territórios. No longo prazo, objetiva-se garantir sustentabilidade aos
investimentos realizados e a permanência dos benefícios alcançados para população e nos
territórios.

Ações do PDC

São diversas as ações da equipe do Plano de Desenvolvimento Comunitário para promoção da cidadania nas comunidades. Seguem alguns dos registros de visitas e rodas de conversa.

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Plano de Desenvolvimento do Território

O Plano de Desenvolvimento Territorial (PDT) é um eixo do Plano de Desenvolvimento Comunitário. É baseado em três pilares: sustentabilidade ambiental, geração de trabalho e renda e inclusão de gênero. Tem por objetivo o desenvolvimento de mecanismos que reduzam a desigualdade urbana por meio de iniciativas que invistam no ordenamento territorial e na melhoria da qualidade de vida da população.

Cabe a equipe do Consórcio do PDC, responsável pela elaboração deste plano, também a
implementação das ações nele estabelecidas e validadas com as comunidades – de maneira direta
e supervisionando aquelas a serem realizadas por terceiros. Espera-se que esta implementação
seja fundamentada nos princípios da parceria, fomento das iniciativas e competências locais,
incorporação de inovações técnicas e tecnológicas.

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