Habitacionais do Complexo Beira Rio são referência na América Latina com projeto inovador e inclusivo
Publicado em 04/09/2023 16h00
Aproveitamento da iluminação natural e ventilação cruzada, com todos os apartamentos voltados para nascente. Os conjuntos habitacionais do Complexo Beira Rio, exclusivos para os moradores de áreas de risco das oito comunidades do território, foram pensados para levar conforto, segurança e economia aos moradores, permitindo redução de 20% nos custos de água e energia.
As habitações de interesse social trazem um modelo sustentável e inovador, com redução dos impactos ambientais e preservação do meio ambiente. Os projetos contam ainda com espaços para atividades econômicas com banheiro, áreas de convivência entre os blocos, equipamentos públicos e comunitários, como Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI), Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência da Cidadania (CRC), Centro de Referência da Juventude (CRJ), Cozinha Comunitária, auditório, Centro Comunitário e galpão de catadores.
Outra inovação é a arquitetura de gênero ou inclusiva, com unidades pensadas de acordo com as necessidades e o bem-estar dos moradores. Essa é a premissa que orienta o Programa João Pessoa Sustentável, fruto de uma operação de crédito da Prefeitura da Capital com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e orçamento total de US$ 159,6 milhões, sendo US$ 100 milhões provenientes do BID e o restante em contrapartida da Prefeitura. Entre as 92 ações previstas está o acesso à habitação de interesse social, infraestrutura e equipamentos urbanos de qualidade para famílias vulneráveis.
Referência Internacional – O projeto dos habitacionais da Beira Rio, pelo seu pioneirismo, se tornou referência na América Latina e, por isso, foi apresentado em evento que reuniu países do Mercosul, no Uruguai. “A gente apresentou agora em agosto esse projeto, com essas inovações, em uma oficina que o BID realizou para compartilhar essas boas práticas para diversas cidades que o Banco Interamericano de Desenvolvimento tem carteira e intervenções, e o nosso Programa foi escolhido para ser apresentado lá, por causa das inovações que estão previstas. É um case de sucesso na América Latina”, afirmou o coordenador urbano da Unidade Executora do João Pessoa Sustentável, Caio Mário, que participou do encontro ao lado da coordenadora social, Joelma Medeiros.
Conheça melhor o projeto
Foram elaboradas estratégias arquitetônicas distintas, que levam em conta uma série de fatores como segurança, funcionalidade, sustentabilidade ambiental e financeira, e uso misto.
Segurança – Os edifícios são projetados de forma que os moradores possam ver e serem vistos nos espaços comuns, com fachadas permeáveis e iluminação adequada. Essa abordagem contribui para criar ambientes naturalmente mais seguros nos conjuntos habitacionais.
Uso misto – O projeto inclui edifícios adicionais nos conjuntos habitacionais, com espaços educacionais, de saúde, culturais e comerciais. Essa abordagem visa melhorar a vida do bairro, aumentar a segurança e reduzir a necessidade de deslocamento dos moradores para as tarefas diárias. No Complexo Beira Rio, estão previstos edifícios para creche, cooperativa de catadores, ONG Ceifa, Centro de Referência da Juventude, Cras, CRC e cozinha comunitária, além de espaços de convívio social.
Funcionalidade – O projeto dos apartamentos oferece três tipos diferentes de plantas, com variação na quantidade de cômodos, incluindo opções de um, dois ou três quartos. As plantas, modulares e flexíveis, permitem a adaptação das funções dos cômodos conforme necessário, sem comprometer o caráter residencial da moradia. Uma das vantagens dessa abordagem é a possibilidade de criar espaços de trabalho dentro dos apartamentos.
Sustentabilidade – O projeto aborda a sustentabilidade ambiental e econômica, com redução dos custos de energia e água por meio de técnicas de construção verde com arquitetura bioclimática, que inclui correta orientação do edifício em relação ao sol e aos ventos predominantes, planejamento e posicionamento das fachadas e ambientes de acordo com o clima de João Pessoa, além de utilização de espaços abertos e semiabertos, e aberturas de fachadas para promover a ventilação cruzada no interior do edifício. O projeto também inclui espaços comerciais cujos aluguéis ajudarão a cobrir as despesas de manutenção dos condomínios, ao mesmo tempo em que oferecerão serviços mais próximos aos moradores.
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Texto: Rejane Negreiros
Fotografia: Arquivo/SECOM -
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