Transformação urbana: paisagismo do Parque do Roger contará com soluções inovadoras de conforto térmico e obras de arte
Publicado em 01/10/2025 15h01
A equipe da Coordenação de Aspectos Urbanos do Programa João Pessoa Sustentável (PJPS) se reuniu nesta quarta-feira (01), na sede da Unidade Executora, no João Agripino, com representantes da Secretaria de Meio Ambiente (SEMAM) e do Consórcio Jampa Sustentável, empresa supervisora de obras, para discutir o projeto de paisagismo do futuro Parque Socioambiental do Roger. O encontro foi pautado com base em recente visita técnica ao Programa de Saneamento dos Igarapés de Manaus (PROSAMIM+), no Amazonas, um programa com quase 20 anos de experiência e também financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que serviu de inspiração para a equipe paraibana.


O foco da discussão foi a aplicação de soluções inovadoras que possam aliar funcionalidade, conforto térmico e apelo visual ao novo Parque. Juliane Ataíde, coordenadora de Aspectos Ambientais do PJPS, destacou a importância da troca de experiências. “A visita ao Prosamim serve de referência, inclusive para aplicação de instrumentos de conforto térmico, obras de arte e passeios que façam com que a população tenha vontade de estar no parque”, afirmou. Ela mencionou a possibilidade de incluir estruturas metálicas e até um orquidário no projeto, ideias que surgiram a partir da observação das soluções adotadas em Manaus.
O PROSAMIM+ é reconhecido por suas intervenções em áreas de igarapés, promovendo saneamento básico, reassentamento de famílias e a criação de novos espaços de convivência e mobilidade urbana. As boas práticas e experiência acumulada pelo programa amazonense, que já está em sua quarta fase, foi vista como um valioso aprendizado pela equipe do PJPS. “A ideia é que a gente consiga trazer o máximo de características do que a gente viu lá no Prosamim. Temos que ver como pode ser contemplado nos contratos essas adaptações e com parceria com as outras secretarias, mas a gente veio com a ideia de melhorar todas as obras”, disse André Luiz Bezerra da Silva, supervisor Ambiental do Consórcio que supervisiona as obras.
O Parque Socioambiental do Roger é uma das principais obras do Programa João Pessoa Sustentável, que conta com um investimento total de US$ 159,4 milhões, sendo US$ 100 milhões do BID e US$ 59,4 milhões de contrapartida da prefeitura. O Programa abrange diversas frentes, desde a construção de conjuntos habitacionais, como o Complexo Beira Rio, até a modernização da gestão pública municipal.
Para a SEMAM, que será responsável pela gestão do novo equipamento, a iniciativa representa um marco na recuperação de áreas degradadas e na oferta de espaços de lazer para a população. Pedro Henrique Caetano das Flores, engenheiro ambiental da Secretaria, enfatizou o potencial do Parque. “Esse, sem dúvida, vai contemplar um espaço de grande proporção, onde vão ter vários espaços onde as pessoas vão poder contemplar a beleza natural do lugar e fazer as suas atividades de lazer, de bem-estar”, declarou.
O Parque Socioambiental do Roger
O Parque Socioambiental do Roger será implantado na área do antigo Lixão do Roger, localizado nas proximidades do centro urbano de João Pessoa. O Lixão funcionou durante 40 anos como depósito de resíduos sólidos domiciliares e de limpeza urbana, tendo suas atividades encerradas em 2003, após a construção do Aterro Sanitário Metropolitano, no primeiro mandato do prefeito Cícero Lucena.
A recuperação ambiental da área está dividida em duas fases. A primeira fase, já em execução, tem valor contratado de R$ 23.079.198,10. Esta etapa contempla a recuperação ambiental com contenção periférica e drenagem perimetral de lixiviados, drenagem passiva de biogás, modelagem geométrica do maciço, rede viária interna do parque com ciclovia e calçada, rede de drenagem de águas pluviais e iluminação pública.










A segunda fase abrange as obras do parque propriamente dito, está orçada em R$ 29.254.017,05. O Parque terá 21 hectares de área utilizável, considerando a necessidade de preservação dos espaços de mangue e estudos hidrológicos e de mudanças climáticas para a região. A área total do projeto é de 31 hectares.
O Parque Socioambiental será um espaço de proteção ambiental, lazer, recreação e aprendizado, dividido em sete setores principais: Administrativo, Produtividade e Profissionalização, Jogos e Campeonatos, Lazer contemplativo e Trilhas, Parque Infantil, Artes e Cultura e Proteção Ambiental.
A primeira fase do Parque está prevista para ser entregue no fim deste ano; a segunda, até março de 2026. Será um marco na revitalização urbana de João Pessoa, transformando uma área degradada em um espaço multifuncional que atenderá às necessidades não só da população do entorno, mas de toda a cidade.
-
Texto: Rejane Negreiros
Fotografia: Assessoria -
João Pessoa Sustentável Parque do Roger PMJP Sustentabilidade